domingo, 4 de novembro de 2012

O CHIQUISMO

Não sou mais ateu. Me converti ao Chiquismo. O que é isso? O Chiquismo se refere à crença que o universo foi criado por um chimpanzé chamado Chico. Creio que Chico é o grande arquiteto do universo.

O universo é claramente organizado. O acaso não parece ser melhor explicação do que uma mente por trás de toda criação. Quanto mais conhecemos o universo, mas ficamos extasiados com sua complexidade e seus mistérios. Numa lista de explicações para o surgimento e complexidade organizada do universo, uma mente inteligente e poderosa é a melhor explicação. Creio que essa mente poderosa é Chico.
Alguns retrucarão que chimpanzés são animais, físicos, temporais, mortais. Portanto, um chimpanzé não poderia criar o universo. Mas Chico é um chimpanzé diferente! Ora, muitas religiões não defendem que seu deus é ALGUÉM que criou tudo? Pelo que sei, seres pessoais também são animais, físicos, temporais e mortais. Fica claro que nessas religiões, eles projetam um super humano. Um super humano imortal, poderoso, inteligente, eterno, espiritual. Bem, Chico é assim. Se disserem que seu deus é um ser pessoal diferente, direi que Chico também é diferente. E no quesito bondade, animais tem se mostrado bem superiores ao seres humanos, tidos como inteligentes, mas que destroem a si mesmo e aos outros, sem nenhum escrúpulo.
Alguns poderão concordar comigo que existe realmente uma mente por trás de toda criação, mas que se trata de seu deus. Por exemplo: os muçulmanos dirão que é Alá e os cristãos dirão que é Jeová. Mas protestarei imediatamente! Não me venham com essa desculpa! O meu deus é Chico e não Alá ou Jeová. Quem criou o universo foi Chico e não outros deuses, que na verdade são mitos.

Assim como os muçulmanos afirmam que foi Alá e os cristãos afirmam que foi Jeová quem criou o universo, outras religiões poderiam concordar com eles que há mesmo um criador, mas que poderia ser qualquer outra divindade. Concordamos que há um criador. Mas quem criou foi o meu deus, Chico.
Sem sombra de dúvida me pedirão evidências da existência de Chico. Provar com certeza absoluta, eu não posso. Assim como nenhuma religião pode. Posso apenas mostrar evidências que indicam que Chico existe e que é racional pensar que sim. Permita-me citar o argumento do projeto, o argumento cosmológico, os milagres que ocorreram em minha vida, às orações atendidas, entre outras. Explicações naturalistas falham. Chico nos oferece a melhor explicação. Não posso provar que Chico existe, assim como ninguém me prova que ele não existe. Nesse quesito, o Chiquismo é bem parecido com as demais religiões.

Sei que o Chiquismo não é nada popular. Afinal, ele foi fundado por mim, há poucos minutos, quando tive uma revelação direta de Chico. Mas popularidade é algo trivial. O cristianismo e o islamismo, um dia foram pequenos grupos de pessoas, seitas. Ao longo dos anos é que foram se expandindo. Isso acontecerá com o Chiquismo também. E mesmo que não aconteça, sabemos que verdade não é eleita por votação. O fato de uma religião ter o maior número de seguidores não significa que esta seja a verdadeira religião.
O Chiquismo também terá um livro sagrado. Esse livro terá o nome de Sagrada Banana. Inclusive, isso que digito (se fosse há alguns séculos, seria manuscrito em um papiro, mas graças a Chico, tudo está bem avançado) é uma revelação direta de Chico, para que o mundo conheça a verdade. A Sagrada Banana não tem resposta para tudo. É apenas um guia para nossa salvação. Os salvos iram morar eternamente numa ilha paradisíaca, onde haverá música de qualidade, vinhos, homens, mulheres, crianças e idosos sendo felizes para todo o sempre. Lá não haverá doenças, guerras, violência, injustiças. Os condenados serão atirados em cavernas espirituais, onde serão perseguidos e torturados por monstros terríveis, por toda a eternidade. Lá a dor não cessa e os condenados sofreram ao lembrar que renegaram Chico e que as pessoas que eles gostam e não aceitaram a mensagem de Chico, também estão sendo torturados. Essas cavernas são lugares de gritos de pânico, estupros, calor intenso, desespero, pranto.

É melhor apostar que Chico existe. Afinal, se ele não existir, eu não perco nada. Mas se ele existir, passarei a eternidade na ilha.

 
(Carlos Wilker)

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