Quando pessoas
que pensam muito diferente se encontram é normal que hajam discordâncias e
debates. Mas eu não ligava muito para essas coisas! Nenhum argumento ou
questionamento pode abalar minha experiência com Deus. Só eu sabia o que sentia
e o que tinha vivido. E ninguém seria capaz de destruir isso! Minha experiência
pessoal com Deus me trouxe paz, conforto, segurança. Me transformou
radicalmente em uma nova criatura. Quando ousavam questionar e desafiar minha
fé, isso me irritava. Afinal, meus sentimentos e aquilo que vivi e vivo devem
ser respeitados!
No entanto, uma
dúvida tem me perseguido. E quanto às experiências que outras pessoas, de
religiões e crenças diferentes? O que elas significam? Se minha experiência me
mostrou que Jesus está vivo e me ama, a experiência de pessoas com crenças
diferentes mostra que o deus ou deuses que eles crêem também existem? Por
exemplo: um muçulmano me diz que teve uma experiência pessoal com Alá. Ele dá
um testemunho bem semelhante ao meu. Isso implica que a fé islâmica é a
verdadeira? Isso significa que o Alcorão é a verdadeira palavra de Deus? E
quanto às experiências pessoais vividas por budistas, hindus e judeus? Todos
eles passam por transformadoras experiências pessoais. Todos eles testemunham
experiências que assim como a minha, merecem crédito e respeito. Se minha
experiência significa um “contato” com o divino, por que a experiência de
outras pessoas também não significam?
Alguns falam que
todos podem ter uma experiência com deus, independente da religião. Talvez
possa ser verdade. Mas isso me traz uma outra questão. Como crenças que se chocam
podem estarem de acordo? Eu posso dizer que minha experiência provém do deus da
bíblia. O hindu vai discordar. Posso dizer que minha experiência provém de
Jesus. O muçulmano vai discordar. Eu posso defender que todas as experiências
pessoais com o divino, independente da religião, provém de Jesus. Mas o
muçulmano vai dizer que provém de Alá, não de Jesus. Coisa semelhante ocorrerão
com qualquer outra religião. E isso sem
falarmos nas experiências pessoais que muitos viveram ao longo dos milênios. Na
Antiga Grécia, Roma, Egito ou em qualquer outro lugar ou época.
Minha
experiência pessoal, por mais impactante e significativa que seja pra mim, não
poderá ser explicada através de questões culturais e psicológicas? Se pode,
então não faz sentido dizer que tive uma experiência pessoal com Deus, já que
este é um ser espiritual, que não está sujeito ao material ou a cultural. E se
é uma experiência pessoal, porque tenho que sair pregando e ensinando sobre
isso para outras pessoas? Se é algo pessoal, por que a levo a esfera pública?
1.
Jean é um personagem fictício.
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