domingo, 17 de fevereiro de 2013

MANIA DE PERSEGUIÇÃO PROTESTANTE


  Concordo que há algumas décadas ou séculos atrás, se declarar protestante no Brasil seria realmente colocar nas costas um fardo muito pesado. Mas nos dias atuais, penso que isso mudou bastante. Com exceções de regiões onde predominam o “catolicismo popular” (uso esse termo para me referir a quem se define católico só por que sua família ou o meio em que vive se define como católico), o protestantismo não surpreende mais ninguém.

  Na TV e no rádio, diariamente vemos programas de igrejas protestantes; nomes como Diante do Trono, Aline Barros e Cassiane fazem imenso sucesso nos quatro cantos do país; em toda esquina vemos uma igreja; cultos em estádios de futebol, praças ou clubes são freqüentes e costumam ter grande concentração de pessoas. Sem falar que temos no meio político, ferrenhos representantes dessa denominação cristã (o que até certo ponto acho interessante). Mas onde eu quero chegar com isso? Quero mostrar que ser protestante (ou evangélico, se você preferir) hoje em dia não é complicado como há anos atrás. Que a cada dia que passa, nosso país dito católico, aceita e adota isso de bom grado.

  No entanto, o que me irrita é que muitos (não estou generalizando) protestantes tem uma mania de perseguição incurável! Para eles todos estão querendo destruir sua fé, implodir igrejas, proibir eles de adorarem seu deus, empurrar mensagens diabólicas através das músicas, dos programas de televisão, dos desenhos animados (como Bob Esponja, acredite!), do seriado Chaves (lembram que a Bruxa do 71, ops!, a Dona Clotilde tem um animal de estimação chamado Satanás?) e até nas embalagens de maionese!

  Alegam sofrer discriminação, serem alvos de piadas e falatórios. Mas quem não é? Os espíritas são chamados de macumbeiros ou adoradores do Diabo por muitos, os católicos são chamados de ignorantes, os ateus são chamados de monstros, mas ninguém vive se fazendo de vítima e reclamando aos quatro ventos que existe uma conspiração querendo ver o fim deles. Minorias costumam sofrer isso. Se você fosse católico num país protestante iria sofrer alguns infortúnios. Se você fosse uma espírita num país onde predominasse o ateísmo, isso também ocorreria. Se você fosse um católico fervoroso na Idade Média isso NÃO ocorreria.

  Como vivemos num país onde predomina o cristianismo católico ou protestante, quem sofre preconceito são grupos como os ateus e os homossexuais, já que são coisas que se chocam de forma irremediável com a fé cristã. Discordâncias são comuns e sempre existiram em todas as épocas, mesmo que sofressem represálias. Ninguém é obrigado a concordar com o que os cristãos protestantes acreditam e pregam (até mesmo dentro do protestantismo a discordância impera, como mostram as incontáveis denominações se acusando entre si), mas isso não quer dizer que estamos perseguindo ninguém. É comum até discordamos de quem defendemos. Por exemplo: existem pessoas que idolatram o ex-presidente Lula, mas discordam veemente dele em alguns pontos.

  Alguns podem me objetar que está escrito que os seguidores de Jesus seriam perseguidos e injuriados no fim dos tempos. Ora, os católicos também podem reclamar para si essa mesma defesa e afirmar que o constante avanço do protestantismo mostra que o fim dos tempos está próximo e que eles (os católicos) são os perseguidos. Bem, mas não estou aqui para debater questões teológicas. Mesmo por que semelhante álibi poderia ser usado por outras religiões.

  Esses protestantes que se sentem ameaçados, parecem não ver suas conquistas e sua liberdade em cultuar como e quando quiser. Tem representantes na política, nos meios acadêmicos, divulgam livros, revistas, literaturas, CD’s, DVD’s e bíblias sem que ninguém os proíbam. Portanto, relaxem meus caros! Afinal, vocês adoram e a Som Livre toca


(Carlos Wilker)

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