segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ensinando Religião aos Filhos

Tenho alguns amigos que sabem que sou ateu. Eles são cristãos e ensinam desde cedo que a bíblia é a verdade absoluta, que devemos ter Jesus como nosso guia, que determinada igreja é a igreja de Deus, etc.

Sinceramente, acho isso lamentável. Muitas dessas crianças tem 4, 5, 6 anos de idade. Apesar da idade, já tem em seu vocabulário palavras como inferno, céu, pecado. Ensinar esse tipo de coisas a crianças com essa idade deveria ser considerado crime! Crianças com essa idade não tem a mínima capacidade de dicernir coisas como céu, inferno e pecado. Sem restrições, chamo isso de lavagem cerebral. Isso é empurrar goela a baixo coisas que ELES consideram como verdades inquestionáveis. Resultado: elas vão crescer sendo ensinadas que a bíblia é dona da verdade e que tudo que for contrário a ela, faz mal, desagra a Deus, é coisa de Satã (afinal, eles também ensinam que esse ser é real e que quer nos destruir).

Alguns me perguntam: mas não devemos ensinar nossos filhos a seguirem o caminho da bondade, do respeito? Claro que devem! Mas pra ensinar que roubar é errado, que devem trabalhar, estudar, ajudar a quem precisa, ser respeitador e educado, não precisa ensinar a eles que existem demônios, céu e inferno.

O que deve ser feito? Espera ele crescer, conhecer e tirar suas próprias conclusões. Ao contrário do que muitos falam, Deus, bíblia, Jesus, são temas extremamente complexos. Não é pra quem engole tudo sem questionar. Veja que existem inúmeros estudiosos que discordam em muitos pontos que envolvem essas questões. Quando você aceita a bíblia como a rainha da cocaca preta, automaticamente, você terá determinados pontos de vista sobre outros temas polêmicos, como aborto, pena de morte, homossexualidade, pena de morte, eutanásia e outros.

Religião é um assunto complexo e é absurdo que muitos pais enfiem isso em seus filhos, quando estes não tem condições de elaborarem questões, de analisarem o que está sendo dito, de perceberem incoerências, de não terem medo de duvidar. Isso só ocorre em certa idade. Esperar isso de crianças é é insano, e ensinar mesmo assim, é uma tremenda falta de respeito. O fato de você achar que sua religião ou crença é verdadeira, não lhe dar o direito de ensinar isso a seus filhos. Isso se aplica ao catolicismo, protestantismo, espiritismo, mormonismo, budismo, islamismo ou qualquer outra. Assim como ensinar comunismo, socialismo, marxismo, ateísmo, etc.
O correto é que quando for tempo, você apresente essas coisas e deixe que eles tirem suas próprias conclusões.

Ensinem seus filhos no caminho da honestidade, do respeito, da generosidade, a ficarem longe das drogas, das más companhias. Você pode fazer isso sem ter que apelar pra ameaças, dizendo que Deus castiga ou que quando morrer vai pro inferno. Nem também apelar pra promessas, como o céu. Se ao menos ensinassem de forma imparcial e crítica. Mas não é isso que acontece. Na verdade, pregam pra seus filhos. Por que não falam sobre que Deus é responsável por uma quantidade enorme de mortes cruéis que permeiam o Antigo Testamento? Por que não ensinam que Deus é responsável por genocídios? Por que não falam sobre às crianças, idosos e mulheres que foram brutalmente assassinados pelo povo de Deus?

Muitos alegam que é impossível não influenciar seus filhos, já que estes veem o que seus pais fazem e ouvem o que eles dizem. Pode ser verdade. Mas não se compara a você ensinar isso pra eles. Exemplo: seus filhos veem e ouvem você lendo a bíblia, mas caso você não ensine, o que ele irão aprender sobre predestinação ou livre arbítrio? Até mesmo a maioria dos adultos que foram criados em lares cristãos não sabem o que é isso. Até mesmo muitos membros de igrejas, não sabem sobre muitas coisas que o cristianismo prega. Muitos foram criados dentro de uma igreja, mas nunca leram a bíblia toda, imagine se eles dominam assuntos como predestinação, livre arbítrio!

Caso você não ensine que a bíblia é detentora da verdade, talvez seu filho não seja tão influenciado por ela. Ele terá contato com outras religiões e filosofias. Na TV, ele verá padres e pastores, budistas, espíritas, muçulmanos, filósofos, historiadores e cientistas. É uma fase de conhecimento daquilo que o rodeia. Se você diz que é impossível que ele não seja influenciado pelos pais, deve admitir que ele também poderá ser influenciado por outras linhas de pensamento. Deixe ele conhecer aos poucos, deixe ele livre pra ir assimilando, fazendo suas próprias perguntas, e aos poucos, encontrados às respostas que ele achar mais plausível.

Porém, alguns batem o pé e dizem que só a bíblia é a palavra de Deus e o resto é tudo mentira! Espere ele crescer, e quando ele tiver um senso crítico aguçado, explique o porquê. Quando ele estiver crescido, explique por que o paraíso dos muçulmanos é uma ilusão, mas o o paraíso dos cristãos existe. Explique por que Maomé não voo num cavalo alado, mas a jumenta de Balaão falou. Explique por que lobisomem, Saci, duendes e fadas são mitos e lendas, mas anjos, demônios e diabo realmente existem. Explique por que todos os deuses são farsas, mas o seu é real. Explique por que o boto na Amazônia nunca engravidou ninguém, mas Maria ficou grávida milagrosamente.

Mas não seja covarde e fanático, faça isso quando ele puder pensar por si mesmo.


(Carlos Wilker)

Um comentário:

  1. Nem sempre alguém criado com preceitos religiosos, se torno um crente fevoroso.
    Wliam Murray filho de Madalyn O'Hair foi criado dentro do ateísmo fanático da sua mãe.
    Ela foi a primeira a ir contra e conseguiu tirar a oração das escolas americans.
    Quem tem que cuidar dos filhos são os pais, e nenhum bicão tem o direito de intervir.
    Ainda mais com argumento fracos.
    Quem acusa um religioso de covarde por ensinar preceitos religiosos aos seus filhos, deveria ter a mesma vegonha na cara para mostrar aos seus que a evolução é algom totalmente improvável, e que a maior evidência contra ela é o próprio avanço da ciência biológica.
    Que aliás, não faria a menor diferença, se a evolução existisse ou não.

    ResponderExcluir